Fala aí, seus "conta sem margem"! Beleza? Fiz uma pesquisa rápida na aba de Ideias da nossa rede TradingView (somente em português), na área de Psicologia, e deu pra contar na mão o número de posts com essa abordagem. Achei extremamente estranho. Sempre ouvi dos meus mentores, e das referências do mercado financeiro que a parte psicológica assume papel de protagonismo nas operações. Já vi depoimento onde fala-se na porcentagem de 90% psicologia e 10% técnica (sobre isso podemos entrar em detalhes em outro post). Então meus amigos, como explicar essa negligência em nossa rede sobre esse assunto?
A grande objeção: “Mas Bruno, eu não sou psicólogo. Como vou falar de psicologia do trade se não sou o profissional da área?!”
Entendo, meu caro, minha cara. Mas ninguém está pedindo para você conduzir uma terapia com ninguém. Compartilhar suas experiencias emocionais durante o trade, ou como você lida com elas, como previne situações embaraçosas, como lida com estressores e muitas outras coisas, não compromete em nada.
E outra: você não é cientista político e emite sua opinião sobre o assunto; Você não é técnico formação e experiência e vai ao estádio xingar um técnico pois escalou alguém errado (na sua opinião); Você não é coach de relacionamento mas adora dar pitaco nas relações dos outros; Seguindo essa lógica, apenas traders consistentes poderiam postar conteúdo em nossa rede, concordam? O que seria totalmente injusto, pois mesmo quem ainda está no processo de aprendizado, pode ter excelentes insights.
E sabe o que é mais assustador? O que vemos aqui é apenas reflexo do que acontece no dia a dia, não só em nossa área, mas no mercado de trabalho “tradicional”. Alguns anos atrás, meus colegas de trabalho só liam literatura técnica (área de TI) e nada mais. Ficaram experts em alguns assuntos específicos, atingindo senioridade e especialização. Mas quando colocavam esses profissionais em situações difíceis, em projetos que exigiam competências comportamentais, eles não se saíam bem. Isso me fez lembrar uma frase que ouvi em um congresso: “As empresas contratam pela parte técnica e demitem (quase sempre) pela parte comportamental”. Fazendo o paralelo para o nosso mundo: “Você (na maioria das vezes) começa no mercado pelo lado técnico mas pode sair dele pela parte emocional.” Além dos conteúdos técnicos, eu comecei a ler muita coisa sobre psicologia e atualmente estudo neurociências. Não sou melhor que os meus colegas, mas consegui ter uma segunda visão das coisas. E esse cenário é cultural: quem estuda marketing, vai estudar literatura de marketing. Quem faz engenharia, só vai ler engenharia, etc. E o lado psicológico será negligenciado. A diferença é que em certas áreas talvez não seja tão pertinente, mas para o Trading, essa competência é mandatória. Sendo assim, meus queridos, vou me propor a gerar conteúdo dessa natureza (psicologia), sobre mindset, neuroeconomia, neurociências, etc. E espero que isso gere valor para a rede e que surja mais amigos e amigas que complementem esses insights. E para o desfecho, uma singela frase sintetizando o raciocínio: “Um especialista é um homem comum que dá conselhos fora de casa.” Oscar Wilde